Mais um espetáculo de Play Back Theatre: "Nossas crianças...Nossas estórias" - Venha resgatar sua criança interna junto às crianças de hoje: elas dão um espetáculo de espontaneidade! Ingressos em número limitado!!!

Workshop: “Pedaços de mim” – Oficina de Expressão Corporal - Facilitador: Evanderson - Processamento: Dolores


No Psicodrama enfatiza-se a importância de se trabalhar o corpo, considerá-lo instrumento de fala e compreensão – de si (terapeuta) e do outro (cliente, grupo) - na medida que  Moreno elege a ação como o princípio para o fim: o da transformação, a partir da catarse de integração. Com a dramatização (que se realiza com a palavra, corpo, movimento, emoção, imaginação e criatividade) pretende-se a catarse; no psicodrama a catarse de integração distingue-se da catarse ativa  por oportunizar corpo, mente e emoção se integrarem a favor da compreensão do próprio cliente/grupo, libertando-o dos conflitos, e não se referindo  apenas à liberação de emoção. O protagonista (aquele que traz a cena) quando no grupo, oferta a todos o seu drama e a co-construção deste drama o possibilita re-editar-se, mudar, (“dá pano pra manga”) e propulsiona a mudança no/do grupo. A co-construção refere-se a sincronização do grupo, ao conceito de Tele que segundo Moreno refere-se ao verdadeiro encontro, à mutualidade e reciprocidade de escolhas e sentimentos. A co-construção desenvolve e possibilita o re-fluir da espontaneidade : uma resposta nova  para cada nova situação ou uma resposta nova para antigas situações, àquelas que  podem se repetir e que à nova resposta aplica-se a noção de adequação.
Na oficina de expressão corporal a co-construção realizou-se a partir das consignas dos variados jogos dramáticos e teatrais em que cada movimento, esculturas corporais, gestos e palavras foram proporcionando ao grupo a expressão de sentimentos, “dramas”, a experimentar suas novas possibilidades e mudanças através do corpo.  
Ampliando e favorecendo a diferenciação e integração do perceber, sentir, pensar e fazer, as expressões corporais possibilitaram mudanças, transformações pessoais e construção de conhecimento.
Dos jogos emergiu a protagonista do grupo. O psicodrama foi dirigido e os egos-auxiliares, já suficientemente aquecidos, foram facilitando a compreensão e integração da protagonista dos seus “pedaços”.  Utilizou-se especialmente a técnica inversões de papéis.
O foco foi mantido no objetivo da oficina: expressão corporal.
Valorizou-se as leituras das imagens corporais ampliando a integração corpo-sentimento-imaginação-criatividade e propiciando auto-conhecimento: “estou assim quando...” e “quando estou assim me sinto...”.
Evidenciou-se a importância do estar centrado para estar atento: “manter os olhos num foco” facilita a percepção  dos vários estímulos que acontecem simultaneamente. Analogamente podemos dizer que “a escuta não se faz apenas através dos ouvidos e que é preciso “esvaziar a mente para escutar-se por inteiro”.
No último jogo, a  consigna foi: “observe e traga para o grupo um objeto da sala, ou da área externa, que represente o seu sentimento na oficina”.
No  compartilhamento  final deu-se então, lugar aos sentimentos vivenciados durante a oficina. Concluiu-se pela integração, harmonia e sincronicidade do grupo. Os objetos/sentimentos remetiam-se aos “Pedaços de mim” e o desejo de integrá-los.
Foi dado um momento para além dos sentimentos quando o grupo expressou suas  analogias e considerações do experienciado no “aqui e agora” e no seu cotidiano. Um processamento que não pretendeu-se teórico mas vivencial , tratando-se de uma oficina de expressão corporal.
Muitas conexões teóricas foram favorecidas:
·         “a segunda vez é libertadora” : à medida que o grupo ia usando o corpo o mesmo ia sendo libertado – maior alongamento, ousadia, coragem... Moreno concebeu a cena psicodramática como “a segunda vez”, a realidade suplementar.
·         “a co-construção”: referindo-se ao conceito de Tele Moreniano  e como Ségio Perazzo a compreende – tele = co-construção.
·         Quanto as técnicas psicodramáticas:
ü  Espelho: os gestos e posições do corpo iam sendo “imitadas”; nas esculturas foram sendo substituídas pessoas de forma que “de fora” se vissem como que no espelho,  parte da escultura.
ü  Maximização: movimentos e esculturas “amplificavam” sentimentos e palavras.
ü  Concretização: a partir da percepção tátil criou-se esculturas corporais, individuais e grupais, “concretizando” as sensações, percepções e sentimentos experimentados.
ü  Representação de papéis: nas esculturas e imagens corporais as pessoas se colocaram no lugar de sentimentos: medo, força interior, movimento...
ü  Inversão de papéis: no psicodrama a protagonista e seus “sentimentos” iam invertendo seus lugares e dialogando.

A oficina de expressão corporal confirma-nos, pelos “resultados”, até  porquê estes são imensuráveis: o corpo fala e quando em ação grita e se contido adoece e nos faz morrer.

“Escuto-me através do meu corpo, acordado , conectado, e ele me diz:  VIVA!” 
(Dolores Pena)